quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Você, e seu perfume


 
Sinto um aroma, e não é de margarida.


                                          Hoje o perfume que se instala em mim, é seu.
Ao princípio éramos timidamente intensos. Cada um sabia o que sentia (aquela sensação de desejo) o coração batia feito um trovão, nem um, nem outro ouvia os trovões (os batimentos do coração só se escutam quando se toca, quando se sente). Pousei minha mão em seu peito, foi aí, então, que senti seu coração bater tão forte, feito um trovão. Um trovão diferente, ele tinha seu nome, seu jeito, suas características, o trovão era você. Diferente do cheiro da margarida, o trovão você sente com a palma das mãos, você precisa palpar. O aroma da margarida, ou melhor, o seu perfume, eu não preciso palpar, não preciso da palma da mão, só preciso sentir. Sentir sem tocar. Apenas sentir o aroma e o trovão do seu coração.
Aos poucos, naquele sofá tão grande (de cor vermelha), íamos libertando-nos, libertando-nos de nós mesmos: de nossas vaidades, de nossas bobices, de nossa timidez. Íamos saindo de nosso corpo e ali, naquela sala não tão grande, nem tão pequena, íamos flutuando com carícias, o que se tornava presente: apenas a alma.
2 min atrás: tímidos, e no agora íntimos.
Um beijo diferente de todas as bocas que já beijei, um beijo que nunca provei, com um nome todo seu. Sua pele, seus lábios, suas mordidas, um dia ficaram em minha boca.  Quero o sublime prazer de sentir que a cada dia em que eu acordar, terei você para me beijar. Terei você para me acariciar. Terei você para me morder (com carinho). Terei você para me sentir, e eu , eu sentirei a sutileza da sua pele na minha, como objetivos em atrito. As carícias dizem muito quando não se tem o que dizer. Cedendo-se ao momento, aquele meu e seu. Eu senti uma doçura toda nossa.
Quem sabe, eu seja um louco que se deixa encantar por um corpo, por uma alma tão prazerosa feita a sua. Esse seu jeito, você me deixa louco.
Talvez eu ande sem rumo para falar de amor, é , e o que o amor fez comigo? Amor... O amor ele vem, e quando ele vai, demora a voltar do ponto de partida. Ele se instala, sei lá aonde. Ele fica lá, você o deixa meio adormecido até outro alguém vê-lo e resgatá-lo. Eu o cederei a você, basta querer.
Quando se trata de amor, vira uma conjunção: sentimento, carnal e metafórico. Estes três elementos permanecem presentes em mim. E eu não tenho nada a esconder, nem de mim, nem de ninguém. Muitos menos de você. Venha me querer.



domingo, 24 de agosto de 2014

Que tal conversarmos?

Você já pensou em dizer não, mas teu coração gritava tão alto feito um louco, A razão tu deixaste de lado. Eu sei. O que não devia acontecer. Você gostou, cedeu, e imaginou em um dia ficar ao lado dele, sim, é claro, é claro que você sente aquela sensação imensa de prazer: de viver, de cantar, de abraçar, de transar, amar, amar para sempre. Só que apenas amores verdadeiros são para sempre. Talvez o ''para sempre'' nem exista. Mas nós imbecis acreditamos, ou fingimos acreditar neste tal de ''amor para sempre''. Na verdade esse papo é meio furado para uma realidade atual. Ou não. 


Sabe o que é, muitos como você tentam (ainda) encontrar aquilo que chamamos de amor, um amor para sempre, ou para vivermos um presente que deixamos de viver para quem sabe planejar o que não vai acontecer no amanhã. Num futuro.
O amor é raro. O amor é raro encontrar numa balada, é raro encontrar numa praça, numa parada, na calçada do outro lado da rua. O amor, a pessoa amada vem, e você não a vê, ou se a vê, ela não te vê. E ficamos assim, um sem vermos o outro. Desviamos olhares, por sermos bobos.  Por:

a- Medo;
b- Vaidade;
c- Comodismo;
d- Em baladas não se encontra um amor;
e- Nem na igreja.

O amor você encontra no momento em que você quiser amar alguém. 
O amor vem no momento em que você deixar ele vier. 
O amor vem quando você sorri e o abraça, quando você cede sem complicar,  quando o abraça com força dizendo que o quer. Que o quer, e junto dele, todo o seu amor.  
Ame sem vaidade, sem medo, sem comodismo, porque amores não se há lugares certos para encontrar, o amor é incerto. Ele vem. E você precisa notar. Notar entre as entrelinhas. 



terça-feira, 19 de agosto de 2014

Amor de amizade 02

- E parece que rolou a sintonia naquele instante (e olha que nos conhecemos há pouco tempo). Alguns meses? Bom, é mais ou menos isso. Na verdade nem eu sei.  Não, pensando bem, eu acho que ela sempre esteve por aí, em minha volta, sem que eu ao menos percebesse.
As coisas começam assim, assim do nada mesmo. O inesperado atraí muita gente, e quando se vê, já aconteceu. Já rolou. Já se aproximou. Já virou amor de amizade.
 
Num dia estamos chorando, noutro rindo, mas rindo com uma figura que conhecemos na calçada do bairro onde morávamos. Louco isso, não? Agora vou lhe dizer uma coisa... Não fique bravo quando sua amizade lhe disser umas verdades. Aquela mesma, que você conheceu ‘’na calçada do bairro onde morávamos’’. Mantenha-se calmo. Eu sei que você tem um pavio longo, mas que neste instante, o esqueceu. O problema é que você quer ser sempre o dono/ a dona da razão. E isso é propício do ser humano: pensar/querer/achar ter razão. Ninguém lhe disse que não tens razão. Mas, ouvir o outro faz parte da vida.  Pare de neura, escute-a. Lembre-se: ela/ele é sua/seu amor de amizade, e amor de amizade entende, mesmo que não entenda, tenta.  Você precisa deste amor. Não se sabe o que ele precisa. Se esta contigo, tenha a certeza: te ama, te adora e te quer bem (e ponto). Sem mais questionamentos, meu caro. Sem mais neuras. Sem mais mimimi.

Amor de amizade tem desentendimentos assim.
Amor de amizade tem abraços de urso.


Amor de amizade tem intimidades complexas.

Amor de amizade tem parceria na hora certa.
Amor de amizade tem impaciência quase sempre.

Amor de amizade tem briguinhas idiotas.
Amor de amizade tem de um tudo, de tudo e mais um pouco.

Amor de amizade pode até ser paixão, mas não um amor. Não um amor profundo como daqueles de cinema, porque amor de amizade, não se compromete, não se estabelece. Ele apenas se esquece, se esquece por uma noite.  Só por uma noite.
Amor de amizade é diferente de amizade, ou de amor, amor de amizade é uma conjunção das duas, tem autenticidade. Amor de amizade se ama, amor de amizade se brinca, amor de amizade é um relacionamento duvidoso, mas gostoso.
Amor de amizade é assim. Ontem ríamos, hoje brigamos. Amores passam por todo tipo de montanha russa, (e olha que eu só conheço um tipo), e é aquela mesma. Aquela que sobe e desce, vai e vem, mas que você sempre sentirá um friozinho na barriga quando o vê.  Pois a diversão começa e você tem que correr para o abraço. Ou para o beijo, ou para uma mordida no canto da boca, ou... Amor de amizade não é amor de amizade sem intimidades.  Amor de amizade sem abraços, não é amor de amizade. Sem beijos, não é amor de amizade... Enfim, sabem-se lá, quais são as tuas intimidades com seu amor de amizade.

O problema está na reciprocidade. Ela vem, mas nem sempre como se espera.







quarta-feira, 11 de junho de 2014

O prazer por Legião


Nós não éramos nada parecidos. Ela era de escorpião, e eu de virgem. Ela queria ser jornalista, e eu ator. Ela era rock’in roll, e eu sentimentos. Ela idolatrava Legião Urbana, e eu odiava.
Isso me lembra de um pouco da canção e do dualismo de Renato Russo em Eduardo e Mônica. Aquela história toda contraditória, mas com uma pitada de que tudo no fim daria certo.  Aquela canção com uma poesia boa, na batida de Legião.
Hoje eu preciso escutar Legião para quase tudo. Preciso de Legião para purificar o sofrimento do Tempo Perdido, para alegrar a vida com Geração Coca-Cola. Preciso dançar todo dia, errado que seja, mas gritar ao mundo que o melhor é gostar de Meninos e Meninas. Lembrar que a primeira música na qual me fez gostar de ouvir Legião, é, foi Pais e Filhos. Eu jamais quero esquecer que Ainda é Cedo para tudo que é possível e impossível ser feito. Pois preciso de Legião para sentir e lembrar que o Quase Sem Querer caí bem... Mas que Sem Amor Eu Nada Seria...
As canções de Renato marcaram algumas situações de minha, assim como na vida de milhares de pessoas. As canções tocadas pela banda Legião Urbana, lá nos anos 80, ainda hoje fazem a cabeça dos jovens e de familiares, aqueles mesmos que vivenciaram na época. Elas viraram um ícone, ficaram clichês, mas uma obra literária de grande porte e que até hoje fazem sucesso.
Depois de começar a ouvir as composições, acabei concordando com os pensamentos do poeta Renato Manfredini Júnior, nascido no dia 27 de Março de 1960. O Renato nos proporcionou todos os tipos de sentimentos em suas canções. Renato foi um cara bastante comovente, ele cantava com o coração, ele falava com atitude, ele era inquieto, e um pouco revoltado com o povo parado brasileiro. Infelizmente morto em 11 de Outubro de 1996, devido às complicações causadas pela AIDS.
Naquela época, por volta do ano de 1983 quando mais ou menos se deu o surgimento da banda, Legião era uma febre. Eu não era nascido, óbvio. Mas, Brasília tremeu, e os jovens roqueiros da época também. A banda foi conquistando todo o Brasil com seu jeito razão e emoção, com suas canções únicas e identificáveis.
Os jovens que não eram nascidos nessa época, assim como eu, foram influenciados pelos seus pais, tios ou até amigos. Ana Claudia, uma amiga no tempo de puberdade,  ela que me fez gostar de Legião Urbana, e tenho para lhe dizer que foi uma das coisas mais simbólicas de minha vida. Eu sempre me emociono com as canções, pois elas falam comigo, você as sente, você vê verdade nas letras compostas pelo meu, pelo seu, pleo nosso poeta Renato Russo.