Sinto um aroma, e não é de margarida.
Hoje o perfume que se instala em mim, é seu.
Ao princípio éramos timidamente intensos. Cada um sabia o que
sentia (aquela sensação de desejo) o coração batia feito um trovão, nem um, nem
outro ouvia os trovões (os batimentos do coração só se escutam quando se toca,
quando se sente). Pousei minha mão em seu peito, foi aí, então, que senti seu
coração bater tão forte, feito um trovão. Um trovão diferente, ele tinha seu
nome, seu jeito, suas características, o trovão era você. Diferente do cheiro da
margarida, o trovão você sente com a palma das mãos, você precisa palpar. O aroma
da margarida, ou melhor, o seu perfume, eu não preciso palpar, não preciso da palma
da mão, só preciso sentir. Sentir sem tocar. Apenas sentir o aroma e o trovão do seu coração.
Aos poucos, naquele sofá tão grande (de cor vermelha), íamos
libertando-nos, libertando-nos de nós mesmos: de nossas vaidades, de nossas
bobices, de nossa timidez. Íamos saindo de nosso corpo e ali, naquela sala não
tão grande, nem tão pequena, íamos flutuando com carícias, o que se tornava
presente: apenas a alma.
2 min atrás: tímidos, e no agora íntimos.
Um beijo diferente de todas as bocas que já beijei, um beijo
que nunca provei, com um nome todo seu. Sua pele, seus lábios, suas mordidas,
um dia ficaram em minha boca. Quero o
sublime prazer de sentir que a cada dia em que eu acordar, terei você para me
beijar. Terei você para me acariciar. Terei você para me morder (com carinho).
Terei você para me sentir, e eu , eu sentirei a sutileza da sua pele na minha,
como objetivos em atrito. As carícias dizem muito quando não se tem o que
dizer. Cedendo-se ao momento, aquele meu e seu. Eu senti uma doçura toda nossa.
Quem sabe, eu seja um louco que se deixa encantar por um
corpo, por uma alma tão prazerosa feita a sua. Esse seu jeito, você me deixa
louco.
Talvez eu ande sem rumo para falar de amor, é , e o que o amor fez comigo? Amor... O amor ele vem, e quando ele vai, demora a voltar do
ponto de partida. Ele se instala, sei lá aonde. Ele fica lá, você o deixa meio
adormecido até outro alguém vê-lo e resgatá-lo. Eu o cederei a você, basta
querer.
Quando se trata de amor, vira uma conjunção: sentimento,
carnal e metafórico. Estes três elementos permanecem presentes em mim. E eu não
tenho nada a esconder, nem de mim, nem de ninguém. Muitos menos de você. Venha
me querer.